Você já ouviu falar em cultura data driven? Pois é, essa cultura já chegou e visa basicamente a tomada de decisões embasadas em dados.
Continue lendo para entender o que é, quais são os desafios e os benefícios desse conceito!
A cultura data driven é, como o próprio termo sugere, a prática de utilização de dados nos mais diversos processos empresariais de maneira sistemática e contínua. Em bom português, é uma gestão orientada a dados.
As empresas orientadas a dados estabelecem processos e operações para facilitar a aquisição das informações necessárias pelos funcionários, mas também são transparentes quanto às restrições de acesso e aos métodos de governança. Isso leva a técnicas mais maduras, como podemos observar na análise prescritiva, por exemplo.
Nas empresas com forte cultura data driven, as equipes estão mais aptas a buscar dados para ajustar estratégias e objetivos, e podem ter um papel mais ativo na análise e na medição de processos, projetos e resultados.
Obviamente, transformar uma empresa com gestão tradicional em uma organização orientada a dados não é algo que se faça da noite para o dia. Muitas só agora estão voltando suas atenções para o assunto, por isso estão enfrentando muitos desafios, como você vai ver no próximo tópico.
Confira, a seguir, quais são os desafios enfrentados pelas empresas que estão empreendendo a criação de uma cultura data driven.
A transformação digital não pede licença. Ela está acontecendo mesmo nas empresas que não a tratam com a devida atenção. O problema é que ainda há muitas organizações que não entenderam como podem potencializar seus negócios manejando de forma consciente as suas ferramentas e os seus recursos digitais.
Segundo a consultoria IDC, apenas 1 em cada 9 empreendimentos na América Latina deverá colocar em prática uma estratégia de transformação digital. Essa estatística revela bem como os negócios da região estão reagindo de forma lenta a essa tendência global.
E esse é também um dos elementos dificultadores de uma cultura data driven. Afinal, para que os negócios sejam orientados por dados, o time interno de TI precisa ter abertura para investimentos em soluções e serviços digitais (aquisição de softwares e hardwares, contratação de fornecedores especializados etc.).
Outro desafio é a falta de mão de obra especializada em análise de dados. Muitas empresas, acostumadas com a abordagem tradicional da TI, acabam vendo o departamento de tecnologia apenas como suporte. Por isso, não contratam cientistas de dados, analistas especializados, entre outros profissionais. Dessa forma, é difícil gerar e manter uma cultura data driven.
Uma maneira bem inteligente de contornar essa situação é trabalhar com outsourcing na área de Analytics. Já há no mercado companhias especializadas em fornecer serviços de monitoramento e análise de dados. E isso costuma ser bem mais barato do que montar um time de alta performance internamente.
Outro ponto com os quais as empresas devem se preocupar é com o tratamento do data driven como um mero projeto. É sempre bom lembrar que projetos não modificam culturas, não solidificam novos comportamentos; eles apenas complementam a cultura organizacional estabelecida.
Como já citamos, a criação de uma cultura data driven requer profundas mudanças na forma com que os negócios lidam com a tecnologia. Ela envolve mais do que o time de TI, requer integração de processos, compartilhamento de informações, conscientização com segurança dos dados, entre tantos outras micro mudanças que transformam a cultura da empresa e permitem que os usuários se desenvolvam além das suas equipes.
Também é impossível estabelecer uma cultura data driven se a área de TI não está 100% integrada com os demais departamentos, especialmente com as áreas de vendas e marketing.
É fundamental que a empresa consiga fazer dos profissionais de tecnologia aliados em decisões estratégicas do negócio. Afinal, a análise de dados, em síntese, é a capacidade de encontrar respostas consequências sempre de perguntas bem formuladas.
Ou seja, quando desenvolvemos pessoas, entregamos a tecnologia certa e começamos a repensar no processo, podemos extrair a partir das indagações das áreas que necessitam, as verdadeiras demandas e novos objetivos, que a TI pode contribuir e solucionar.
A cultura organizacional também é bastante direcionada a partir de maneira como toda a comunidade interna dialoga. Implementar o data driven, portanto, requer superação das barreiras comunicacionais. Todos precisam estar alinhados com os objetivos do negócio e com o uso estratégico dos dados para atingi-los.
Mas para que isso aconteça, é importante criar e manter bons canais de comunicação, aproveitar a tecnologia mobile e as ferramentas digitais, facilitar o intercâmbio de arquivos e dados, entre outras ações.
Não existe cultura data driven sem que o “espírito” de colaboração e engajamento seja parte da organização, e isso está muito ligado à comunicação. Não é possível pensar em data driven e no poder da nuvem, se não engajarmos o usuário final a começar a pensar, produzir e colaborar a partir dela.
Mesmo com tantos desafios, existem muitas vantagens para as organizações começarem a estruturar a cultura orientada a dados. Por isso, confira agora quais são os principais benefícios alcançados pelas empresas que se propõem a trabalhar pensando além, pensando em dados na nuvem.
Das mil empresas da Fortune que usam soluções e métodos de Big Data, a maioria o faz para diminuir os custos, segundo a Harvard Business Review.
Ao aumentar a capacidade para rastrear dados de vendas e despesas, por exemplo, os gestores podem encontrar padrões que podem informar decisões sobre tudo, desde a produtividade dos funcionários até preços de produtos e serviços.
Como prova disso, uma estimativa da Gartner aponta que, até 2021, as organizações passarão a ser valorizadas de acordo com seu portfólio de informações.
Em 2012, a The Economist Intelligence Unit realizou uma pesquisa patrocinada pela Tableau Software na qual entrevistou 530 executivos seniores da América do Norte, Ásia-Pacífico, Europa Ocidental e América Latina em uma ampla gama de indústrias.
Um insight importante desse estudo foi que "as empresas mais bem-sucedidas adotaram uma cultura data-driven na qual maximizam o uso de dados, fornecendo o treinamento necessário e promovendo o compartilhamento de dados em todos os níveis de funcionários e departamentos".
Quando se trata de investir no desenvolvimento de novas ofertas, é preciso conhecer em profundidade o mercado de atuação e os consumidores.
As empresas com forte cultura data driven praticam o que os especialistas estão chamando de “escuta social”, elas captam dados de variadas fontes (internas e externas) e usam ferramentas e métodos para captar padrões que orientem as decisões.
A escuta social e outras técnicas de estruturação e análise de dados também permitem o monitoramento de concorrentes, testes de aceitação de novos produtos e/ou serviços, entre outras vantagens que elevam a competitividade dos lançamentos.
A Amazon, por exemplo, aproveita sua cultura data driven para melhorar a experiência do usuário com algoritmos de recomendação, analisar dados de sua cadeia logística e se antecipar às necessidades de seus centros de distribuição e criar estratégias de precificação que a colocam sempre entre os menores preços para os consumidores.
Uma cultura organizacional orientada a dados também permite mais poder de inovação aos negócios. Amparando as decisões em informações coletadas e analisadas em tempo hábil, os profissionais conseguem tomar decisões mais inteligentes, encontrar oportunidades e também projetar ações que direcionam o negócio para um futuro mais definido e promissor.
Como você viu, ao construir uma cultura baseada em dados, as organizações entendem a importância dos dados e baseia todas as decisões em insights acionáveis.
Isso melhora a velocidade, a eficiência e a capacidade de prever resultados, entre outras vantagens. Contudo, é preciso superar alguns desafios para estabelecê-la e aproveitá-la em sua totalidade.
Sua empresa está preparada para a criação de uma cultura data driven? Gostou da reflexão que trouxemos neste artigo? Deixe seu comentário!